quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rock in Rio


Conheça a história do maior festival de música do Brasil


São mais de 25 anos de história, sonhos e realizações, desde que os primeiros acordes musicais foram tocados em uma edição do Rock in Rio. Nem sempre os fatos se desenvolveram da maneira que todos gostariam, mas em um país culturalmente diversificado como o Brasil é impraticável a realização de um evento que seja integralmente dedicado a um estilo musical seja ele qual for.
Chegou a hora de o público brasileiro receber novamente uma edição do Rock in Rio. Para comemorar este acontecimento, selecionamos alguns dos trechos mais importantes da história das três edições brasileiras do evento. Alguns acontecimentos mudaram o rumo da carreira de alguns artistas, outros serviram para mostrar qual caminho não seguir quando o assunto é o show bussines.
Agora, divirta-se com esta viagem no tempo e entenda como foi que este importante capítulo da história da música começou!

Sonho de liberdade, ‘todos numa direção, uma só voz, uma canção’



Em 1983, o KISS levou 250 mil pessoas ao Maracanã
Até o começo da década de 80, era baixo o índice de artistas de renome internacional que deram os ‘ares de suas graças’ em solos brasileiros. Culpa da economia, dos militares e também dos produtores, que não tinham ousadia suficiente para apostar em grandes shows.
No já distante 1981, o Queen veio ao Brasil e provou que o rock tinha imensa popularidade entre os brasileiros. Com duas apresentações em estádios lotados, os ingleses proporcionaram ao público um verdadeiro espetáculo de rock. Dois anos depois, as bandas KISS e Van Halen se renderam ao amor incondicional dos roqueiros brasileiros e fizeram apresentações memoráveis. A banda do guitarrista Eddie Van Halen saiu do país alegando ter parte do equipemamento roubada e desde então nunca mais arriscou voltar em terras tupiniquins. Já o KISS levou na bagagem o seu recorde de público: 250 mil pessoas compareceram no estádio do Maracanã e fizeram a festa com Paul Stanley e companhia.




O festival de 1985 convidou o Brasil a comemorar a liberdade
Em 1985,toda a sociedade brasileira vivenciou o ápice da transição da ditadura para a democracia. Partindo desta condição, o empresário Roberto Medina teve a idéia de comemorar a liberdade organizando um festival de rock de primeira categoria; surgia então o sonho do Rock in Rio. Porém, desconfiança era o que os empresários das grandes estrelas mais tinham com relação ao Brasil.

 A equipe de Medina trabalhou de forma incessante até conseguir acertar a vinda de um nome de peso: Rod Stewart. Após o aval do roqueiro de voz rouca e cabelos esvoaçados, as coisas começaram a fluir e nomes como Ozzy Osbourne, Scorpions, Iron Maiden, George Benson, Yes, entre outros decidiram apostar no festival e garantiram suas presenças.
Foi construída, em um terreno na Barra da Tijuca, na capital do Rio de Janeiro, uma cidade de 250 mil m2. Entre os dias 10 e 21 de janeiro de 1985, aconteceu a primeira edição do Rock in Rio, o evento que sem dúvidas colocou o Brasil na rota das grandes turnês internacionais.

Curiosidades a respeito do Rock in Rio I



Em 1985, o Rock in Rio recebeu uma multidão de 1,380 milhão
A primeira edição do Rock in Rio recebeu um público de 1,380 milhão de pessoas. Foram consumidos 1,6 milhão de litros de bebidas em 4 milhões de copos; 900 mil Sanduíches; 7.500 quilos de massa e 500 mil Fatias de pizza.
Em 1984, a banda Man at Work chegou a receber parte do cachê para tocar no Rock in Rio I. Porém, a turma liderada por Colin Hay encerrou suas atividades antes de janeiro de 1985. O grupo de new wave Gogo’s foi a atração convocada para substituir os australianos.
O grupo The Pretenders recusou um convite para participar do festival porque a vocalista Chrissie Hynde estava grávida. Já o casal Baby Consuelo e Pepeu Gomes subiu ao palco esperando o nascimento de seu filho Kriptus.
A banda britânica Def Leppard era uma das atrações mais aguardadas pelos roqueiros da época. Mas na noite do ano novo de 1985, o baterista Rick Allen sofreu um acidente de carro e as complicações do desastre o fizeram perder o braço esquerdo. O até então de férias Whitesnake foi chamado para substituir o Leppard e veio ao país com uma formação montada as pressas.

Yes: rock progressivo em terras brasileiras
O sino usado pelo AC/DC veio de navio para o Brasil, mas ficou escondido nos bastidores. O que o públicou viu atrás da bateria nada mais era do que uma réplica de gesso, pois o original era muito pesado e os cenógrafos decidiram não arriscar na possibilidade de pendurá-lo nas estruturas do palco.

O primeiro Rock in Rio foi o único que recebeu uma atração vinda da escola do rock progressivo: os britânicos do Yes. 


Com perfomances fantásticas, o grupo e fez valer a pena o tempo que durou a espera dos brasileiros para ver de perto a arquitetura eletro sinfônica do som da banda.



Um panorama sobre os shows




Apresentações magníficas do Queen emocionaram o público
A escalação dos astros internacionais no Rock in Rio I ficou assim definida: AC/DC, All Jarreau, B5’2, George Benson, Go Go’s, Iron Maiden, James Taylor, Nina Hagen, Ozzy Osbourne ,  Queen, Rod Stewart, Scorpions, Whitesnake e Yes. A ala brasileira veio encabeceada por: Alceu Valença, Barão Vermelho, Blitz, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Lulu Santos, Moraes Moreira, Ney Matogrosso, Os Paralamas do Sucesso, Pepeu Gomes & Baby Consuelo e Rita Lee.
Ficou decidido que cada artista faria duas apresentações no Rock in Rio. Naturalmente que alguns nomes mostraram lições de como se fazer um show e outros vacilaram a ponto de fazerem perfomances pouco inspiradas. A organização falhou ao agendar apresentações em duas segundas-feira, por exemplo. Mas nem por isso, o públicou deixou de celebrar o rock com uma boa parte dos maiores reverendos do gênero.
O festival foi todo preparado para receber o Queen como a atração de maior respaldo. 

Como não poderia deixar de ser, a banda liderada pelo vocalista Freddie Mercury fez apresentações magnificas e mostrou os motivos pelos quais chegou ao evento sob a condição de maior estrela do elenco. A plateia respondia a cada comando do quarteto e cantou em unissono uma boa parte do repertório que o grupo desfilou ao longo das noites.

Klaus Meine: o alemão que ergueu a bandeira brasileira
As bandas Scorpions e AC/DC deram amostras de carisma e cumplicidade para com o público brasileiro. Klaus Meine, vocalista do Scorpions, chegou a erguer a bandeira do Brasil em uma clara demonstração de respeito e admiração pelo país. 

O coro das vozes durante a balada “Still Loving You” fez os alemães sairem do palco em estado elevado de emoção.

 A perfomance singular do guitarrista Angus Young materializou as acrobacias que ele faz no palco – que, até então, só podiam ser imaginadas através de fotos ou assistidas por meio de vídeos extremamente raros, uma vez que não existia o YouTube. 

Mesmo machucado, Bruce Dickson não decepcionou
O Iron Maiden veio ao Rock in Rio e marcou definitivamente seu território no coração dos roqueiros brasileiros. O carisma e a entrega de Bruce Dickson e seus demais escudeiros fez da presença do Maiden no festival um acontecimento que mudou a concepção de como uma banda deve se comportar no palco. Dickson fez uma boa parte do show com um ferimento na cabeça, resultado de um movimento abrupto com o microfone e assim, literalmente, deu o seu sangue para satisfazer os fãs.
Grupos como Barão Vermelho e Os Paralamas do Sucesso lavaram a alma da música brasielira no palco do Rock in Rio. Com Cazuza cheio de saúde e no momento mais voráz de sua parceria com Frejat, o Barão conquistou o respeito dos ‘camisas pretas’ que foram ao evento somente para reverenciar os heróis do rock pesado. Os Paralamas conseguiram colocar a turma para dançar e a plateia ainda ouviu sem revidar o sermão evangelizado por Herbert Vianna em defesa de outros artistas nacionais que amargaram a reprovação do público.


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