A música brasileira é conhecida mundialmente por ser alegre,
dançante, e com letras inteligentes. Mesmo a música sertaneja a mais popular do
país, considerado por muitos como brega, tem grandes compositores que
escreveram verdadeiros poemas. Angelino de Oliveira que o diga, Tristeza do
Jeca é uma canção simples e ao mesmo tempo encantadora, que retrata a vida do
homem do campo. Menino da porteira escrita por Teddy Vieira em 1955 e
eternizado na voz do cantor Sérgio Reis, também tem uma bela letra que
humildemente conta a história de um boiadeiro e sua amizade com o menino que
abria a porteira para dar passagem ao gado. O nosso rock também possui
verdadeiros poetas como Cazuza e Renato Russo. Além do nosso samba que é uma
verdadeira fábrica de compositores.
A indústria musical brasileira atual está escassa de bons compositores,
é claro que ainda somos presenteados com canções de bom gosto escritas por
artistas como Paula Fernandes, Nando Reis, entre outros. Mas em geral o que
vemos hoje são letras fúteis, onde basta falar de mulher, traição e bebida que
tá tudo certo. Até mesmo o rock perdeu bastante sua irreverencia e qualidade,
com o surgimento das chamadas bandas emo, com letras superficiais e com
melodias de má qualidade. E não podemos falar em música ruim sem citar o famoso
funk carioca. Além de possuir três versos que repetem ’’um milhão de vezes’’,
as letras são extremamente apelativas, falando sobre sexo, bebida, e denigrem a
cultura e a mulher brasileira.
Mas foi em 2008 que dois baianos escreveram a música que
mais tarde em 2011, viraria fenômeno internacional. Ai se eu te pego interpretada por
Michel Teló virou hino brasileiro e ganhou fama internacional, sendo gravada em
vários idiomas. Mais uma vez a letra fala sobre o assunto mais usado na música brasileira
atual, balada, ‘‘ai se eu te pego... ’’ e mulher.
Com perdão aos simpatizantes de Michel Teló e até mesmo
desse tipo de música, como queremos atestar que o Brasil é um país que vai além
de caipirinha, e bunda dançando na Sapucaí? Como queremos crescer, ter uma
educação cada vez melhor para este país, e cobramos mais investimentos, mais
professores, mas continuamos aplaudindo e cantando junto músicas que ‘’deseducam’’?
Muitos irão disser que é só música para se divertir, não há
nada demais... Será que ensinar a traição, a bebedeira, futilizar a imagem feminina,
é realmente isso?
O Brasil é muito mais que isso, a música daqui também.
Um autor brasileiro
disse a seguinte frase: ‘’Crescer não é evoluir, crescer é ficar maior. Evoluir
é ficar melhor.’’
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